Nota de pesar pelo falecimento de Leôncio Martins Rodrigues Netto

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É com profundo pesar que a comunidade do IESP recebe a notícia do falecimento de Leôncio Martins Rodrigues. Leôncio, ou Léo como era conhecido entre os colegas e amigos, deixa um legado de grande relevância para as ciências sociais brasileiras.

Juntamente com Juarez Brandão Lopes, Azis Simão, José Albertino Rodrigues e outros, ajudou a constituir e consolidar o campo de estudos do trabalho no Brasil, com pesquisas sobre operários fabris, sindicatos e centrais sindicais. Foram relevantes, em particular, seus surveys pioneiros em montadoras de automóveis, que resultaram em estudos sobre atitudes operárias frente à industrialização que, conquanto polêmicos, tiveram grande influência no debate dos anos 1960 e 70 sobre a constituição do operariado brasileiro. Depois vieram estudos sobre as centrais sindicais, sobre a crise do sindicalismo no mundo e sobre os dilemas do movimento operário diante da desindustrialização do ocidente. Léo escreveu sobre as origens sociais dos deputados constituintes, tema ao qual retornaria outras vezes, e tinha profundo conhecimento das dinâmicas dos partidos políticos.

Leitor atento, antenado com a literatura internacional, criativo, intelectualmente generoso (formou dezenas de doutores hoje espalhados pelas universidades brasileiras, que defenderam teses não raro contrárias a suas convicções) e solidário nas instituições que contribuiu para fundar e/ou consolidar (CEBRAP, ANPOCS, programas de pós-graduação na USP e na UNICAMP), vai fazer falta. Deixa dois filhos e sua companheira dos últimos 20 anos, Maria Tereza Sadek, nossa colega Teca.

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