“Eleitor pobre, lugar pobre, eleitor ‘vermelho’? Análise das bases eleitorais do PT a partir de Porto Alegre”- Artigo de Bruno Schaefer, Sergio Simoni e Maria Alice Piazza

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A Revista Brasileira de Ciência Política (RBCP), periódico editado pelo Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (IPOL-Unb), publicou, em seu volume mais recente, o artigo Eleitor pobre, lugar pobre, eleitor ‘vermelho’? Análise das bases eleitorais do PT a partir de Porto Alegre, assinado pelo Prof. Bruno Marques Schaefer em coautoria com Sergio Simoni Junior (FFLCH-USP) e Maria Alice da Rocha Piazza (PPGPP-UFRGS). No texto, os autores questionam a tese de que, após chegar ao Executivo Federal, o Partido dos Trabalhadores teria passado por um realinhamento da sua base eleitoral,  demonstrando que o partido sempre teve maior preferência entre os segmentos mais pobres da população. A partir desta publicação, o coordenador do Laboratório de Monitoramento e Avaliação de Políticas e Eleições (MAPE) concedeu entrevista ao podcast ConsCiência Política, produzido pela RBCP.

Uma boa votação em um estado, município ou bairro rico implica maior apoio entre eleitores ricos? Avaliamos esta questão a partir do desempenho eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT) em Porto Alegre/RS. Por meio de um banco de dados original que contém resultados de mais de 20 anos de disputas eleitorais ao Executivo (municipal, estadual e nacional) e variáveis socioeconômicas ao nível de urna, localizadas em Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH) – agrupamentos territoriais internos à cidade com base na semelhança de características sociais -, avaliamos algumas hipóteses gerais da literatura sobre o Brasil acerca da relação entre classe social e voto, e outras específicas derivadas da tese do realinhamento eleitoral. Em primeiro lugar, demonstramos que o voto petista desde 1996 esteve associado às urnas mais pobres da capital gaúcha. Quanto mais pobre a urna, maior o voto no PT mesmo antes de assumir governo federal ou estadual. Em segundo lugar, utilizando modelos multinível, demonstramos que o contexto importa: a renda mais baixa é mais importante em regiões mais ricas da cidade. Essas relações, no entanto, alteraram-se nos pleitos municipais mais recentes. Além de contribuir para o debate sobre realinhamento, em termos metodológicos, o estudo inova ao analisar a interação de fatores geográficos no desempenho eleitoral dos partidos brasileiros.

Leia o artigo na íntegra na Revista Brasileira de Ciência Poítica v.44 (2025)

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