O curso deseja compreender o conservadorismo brasileiro, recorrendo à história do pensamento político nacional. Inicialmente, emprego em primeiro lugar a metodologia de Michael Freeden, que entende ideologias como discursos estruturado a partir de conceitos (“liberdade”, “igualdade”, “autoridade” etc.), cujos significados elas disputam. Mas dou atenção também à matriz do absolutismo ilustrado, matriz do conservadorismo estatista, fenômeno ideológico tipicamente periférico. Em segundo lugar, o curso desloca o debate do plano mais abstrato dos autores estrangeiros, para se concentrar em brasileiros. O objetivo é dar uma imagem mais concreta de um gênero de ideologia (“conservadorismo”), que comporta pelo menos duas espécies (“estatista” e “societário”). Cada qual delas duas subespécies, uma moderada e outra radical. O conservadorismo estatista moderado dará origem ao desenvolvimentismo conservador; e o societário, ao pensamento culturalista de corte iberista e luso-tropicalista. Já o conservadorismo estatista radical se confundirá com o pensamento geopolítico militar brasileiro; e o societário, com o pensamento reacionário e, no limite, fascista. As doutrinas do conservadorismo na história do pensamento brasileiro serão apresentadas pelas vozes de seus mais abalizados representantes desde o Antigo Regime até o fim do Estado Novo.
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